Finalmente chegamos à nossa última parada em Minas Gerais, o rústico e longínquo vilarejo de Conceição de Ibitipoca. Para chegar lá, foi uma longa e cansativa viagem saindo de Carrancas, que durou em cerca de 5hs, com mais de 50km de estrada de terra. Ibitipoca está a cerca de 320km de Belo Horizonte, 400km de São Paulo e 270km do Rio.
É possível chegar ao vilarejo de ônibus, saindo de Juiz de Fora em direção à cidade de Lima Duarte (município a qual pertence o vilarejo). De lá, existem 2 opções de horário de ônibus para Conceição de Ibitipoca. Este último trajeto custa em média R$20.
O vilarejo, apesar de ter uma acessibilidade ruim, é um importante destino de ecoturismo de Minas Gerais, e tem muitas opções de hotéis, pousadas e restaurantes com preços que variam bastante mas, no geral, acima da média dos outros lugares que passamos em Minas.
Nós escolhemos para hospedagem o Vila Nova Chalés, uma pousada super simpática, de família local, nova e bem cuidada. A proprietária Solange é super receptiva e atenciosa, e ela e a mãe são responsáveis pelo preparo do café-da-manhã da pousada, que inclui bolos e doces feitos na casa. Nós pagamos R$250 a diária, mas descobrimos que se reservar direto com a dona, sai mais barato! A reserva pode ser feita pelo whattsapp: (31)98496.9595.
O que fazer em Ibitipoca
A maioria dos visitantes desse charmoso vilarejo vêm para conhecer o Parque Estadual do Ibitipoca. Mas o vilarejo também tem seu próprio atrativo: bonito, com muitas opções de bares e restaurantes, agradável principalmente à noite; além de hospedar diversos eventos durante o ano que atraem muitos turistas, como:
Março: Festival de Verão de Ibitipoca – Informações: www.facebook.com/
Maio: Luau do Ibitilua – Informações: www.facebook.com/events/151857242240239/
Julho: Ibitipoca Jazz Festival – Informações: www.ibitipocajazzfest.com.br
Agosto: Ibitipoca Off Road – Informações: www.ibitipocaoffroad.com.br / Ibitipoca Blues – Informações: www.ibitipocablues.com.br
Parque Estadual do Ibitipoca
Parque Estadual do Ibitipoca
O Parque é uma reserva de quase 1500 hectares, administrado pelo Instituo Estadual de Florestas (IEF-MG). O horário de funcionamento é das 7h as 18h, de terça aos domingos (às segundas-feiras o parque não abre, exceto se cai em feriado). Os ingressos são vendidos somente na hora, com um limite de capacidade por dia. Algumas informações importantes:
- valor do ingresso por pessoa (acima de 5 anos de idade): R$15 em dias úteis / R$25 em fins de semana e feriados (valores ref. Março/2018);
- estudantes e pessoas acima de 60 anos pagam valor de meia entrada;
- o estacionamento dentro do parque é cobrado e tem capacidade limitada; os valores de veículos de passeios para até 7 pessoas é de R$25, para motos, R$20 (valores ref. Março/2018);
- o estacionamento fora do parque é permitido, mas requer uma boa caminhada até o Centro de Visitantes;
- está sendo exigida a comprovação da vacina de febre amarela para entrar no parque (nós esquecemos a nossa mas conseguimos uma foto dela para mostrar) – sem isso não é permitida a entrada;
- o parque conta com uma estrutura para camping (limitada e sem pré-reservas), restaurante, loja, e um Centro de Visitantes, com informações bem completas de todo o parque, fauna e flora, e funcionários preparados para ajudar.
Opções de trilhas no Parque Estadual de Ibitipoca:
As trilhas são bem demarcadas e sinalizadas, e começam próximas ao Centro de Visitantes, onde é possível pegar um mapa para orientação; e são divididas em 3 circuitos principais (mas com partes da trilha em comum):
- Circuito da Águas: é um dos principais do parque pela facilidade de acesso, leva a várias áreas para banho e relaxamento, como a Prainha, o Lago dos Espelhos, e o Rio do Salto. O circuito passa também pela Cachoeira dos Macacos, uma queda de 32m de altura. No total esse circuito tem cerca de 5km de caminhada;
- Circuito do Pico do Peão: circuito que passa pelo Pico do Peão, Gruta do Peão e Gruta dos Viajantes. É um circuito de nível moderado, com várias subidas no caminho, e uma distância total de 9km. O Pico do Peão está a 1700m de altitude e é o segundo maior pico do parque;
- Trilha para a Janela do Céu: esse é o principal circuito e o que escolhemos fazer. O lugar conhecido como ‘Janela do Céu’ fica no topo de uma cachoeira que, em conjunto com a vegetação ao redor, forma um visual que lembra uma janela! É a trilha mais longa do parque, com 16km de extensão no total. O tempo média de trilha é de 7hs, não apresenta grandes dificuldades, mas tem várias subidas e descidas, e algumas bem íngremes.
A trilha para a Janela do Céu
Trilha para a Janela do Céu, Parque Estadual de Ibitipoca (MG)
Uma forte recomendação para quem visita o parque e, principalmente, para quem vai até a Janela do Céu é tentar pegar um dia de baixo movimento. Se não for possível fugir dos finais de semana, é melhor começar a trilha o mais cedo possível. Além dos fatores de limitação de visitantes e vagas no parque, a própria Janela do Céu pode ser impossível de apreciar se estiver cheia de gente. E um lugar que é de uma beleza tão diferente e interessante pode acabar se tornando tedioso porque você acaba tendo que entrar numa fila para poder tirar uma simples foto. Nós pegamos um dia de muito baixo movimento, encontramos somente 4 pessoas! Mas ouvimos relatos de pessoas que foram no carnaval e ficaram 2 HORAS na fila da Janela do Céu!
Para quem vai fazer esse circuito: apesar da longa distância e das muitas ladeiras, é totalmente factível por trilheiros pouco experientes. Precisa sim, ter um bom planejamento, estar bem preparado com lanches e bastante água, um bom tênis ou bota de trekking, bonés e protetor solar. Uma boa parte da trilha é aberta. Se for possível escolher, tentar pegar um dia sem sol muito forte nem previsão de chuva, pois no parque tem uma incidência de raios acima do normal.
A trilha é circular, e a Janela do Céu está bem no meio do circuito, sendo de qualquer forma uma distância de 8km para chegar lá. A maioria das pessoas faz a trilha no sentido horário, assim a maior subida já está no início, até o Pico da Lombada que, com seus 1784m de altitude, é o ponto mais alto do parque e de onde se tem uma vista muito ampla. Os 1.5 primeiros quilômetros da subida são os mais íngremes, até o Pico da Cruz.
Montanhas a perder de vista – vista do Pico da Lombada, ponto mais alto do Parque Estadual do Ibitipoca
Após o Pico da Lombada, vale a pena fazer um pequeno desvio para conferir as Grutas dos Moreiras, dos Fugitivos e dos Três Arcos.
Gruta dos Moreiras, no Parque Estadual do Ibitipoca
Depois disso, a próxima parada é a Janela do Céu. Para chegar lá, terá um desvio em descida (que na volta será subida) até uma escada de madeira que leva ao famoso local. Torça para não ter ninguém, o espaço é pequeno e cada um vai querer tirar sua própria foto.
Cascatinha na Janela do Céu – em todos os cursos de água do Parque, a água tem essa coloração avermelhada por conta do tanino
Chegando na parte de baixo da escada, você dá no riozinho calmo que nem parece que precede uma queda tão alta. É possível chegar próximo da queda, mas é importante tomar muito cuidado, lembrando que cada um está por sua conta e risco, e já teve uma pessoa que caiu lá de cima. O lugar é incrível, o mais legal é que com a vegetação fechada e com a água escura, ela reflete a paisagem, no caso a cor do céu!
Visual da Janela do Céu, com a vegetação formando uma “moldura” e a água refletindo a cor do céu
Na volta, após subir tudo e retomar o caminho principal, tem algumas opções de desvios e paradas para quem quiser tomar um banho, ou conhecer outros pontos do parque. Algumas opções são: a Cachoeirinha (que fica logo depois da Janela do Céu), o Pico do Pião (principal ponto do Circuito do Pico do Pião), algumas grutas no caminho, e a Cachoeira dos Macacos, que já é um desvio maior, mas que já está bem perto do final da trilha.
Nós decidimos não arriscar a aumentar o tempo de volta porque o céu começou a fechar. Então seguimos direto para o estacionamento, passando por muitas subidas e descidas, alguns espaços abertos, outros mais fechados, até chegarmos na Prainha, e logo em seguida de volta de onde viemos.
Cachoeirinha – lugar de parada para banho depois da Janela do Céu
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