Nota: Esse post sobre Carrancas faz parte de uma série de posts com o tema ‘Ecoturismo em Minas Gerais’. Para acessar o post com o roteiro completo, clique aqui.

Nossa viagem, depois de Lavras Novas, seguiu por mais algumas cidades da Estrada Real, como Tiradentes e São João Del Rey – que vou relatar com detalhes em outro post. De Tiradentes seguimos viagem por cerca de 2hs até chegar em Carrancas.

Carrancas está a 280km de BH, 440km de São Paulo e 330km do Rio de Janeiro. Apesar de ainda não ter entrado para o “hall da fama”, é um destino de ecoturismo excepcional e que, sozinho, já vale a viagem se você tiver pelo menos 2 ou 3 dias inteiros para aproveitar.

Onde se hospedar em Carrancas

O hotel que escolhemos para nos hospedar foi a Pousada Gaya, que fica no alto da montanha, a 6km de distância do centrinho da cidade. Não tão bom para quem não está de carro e precisa de um local com mais conveniência, mas fora isso, recomendo muito.

Chalé da Pousada Gaya, em Carrancas – Minas Gerais

Com uma linda vista de toda a região, a pousada é formada por vários chalés, que têm uma boa distância entre eles e dá bastante privacidade.

Todos os chalés são bem equipados com um quarto limpo e confortável, e têm uma linda vista. O café da manhã é servido no quarto dentro de uma cesta de piquenique e é bem completo.

Além de tudo, o hotel trabalha muito a questão da sustentabilidade, usando recursos como fossas biodigestoras e aquecimento solar.

Vista da área da Pousada Gaya em Carrancas; no pôr-do-sol, fica especialmente bonito!

O que fazer em Carrancas

Nós passamos 3 dias em Carrancas. A região tem várias opções de cascatas e poços de água cristalina, sendo a grande maioria acessível por trilhas de 20min em média.

Complexo da Toca, Carrancas – no parte do fundo tem uma cascata quase que escondida, mas é fácil chegar.

1º dia: Complexo da Toca e Complexo da Ponte

Complexo da Toca

No primeiro dia, escolhemos conhecer o Complexo da Toca, um lugar com vários poços de água esverdeada, como é o caso de um dos mais famosos, o Poço do Coração, que leva esse nome pelo seu formato.

Mas o que mais gostei mesmo foi um poço um pouco mais para o final da trilha, maior em amplitude, e que tinha uma cachoeira “escondida” no fundo.

O famoso Poço do Coração no Complexo da Toca é fundo, pequeno, e alto. Mais propício para admirar de fora que para nadar.

Imagem de dentro da “cachoeira escondida”

Por passar por área privada, geralmente é cobrada uma taxa de R$10 para visitação. Nós não tivemos que pagar essa taxa (acredito que termos visitado durante a semana).

A trilha é demarcada, sem muita sinalização, mas basicamente para acessar os melhores poços, basta seguir até o final. A trilha é bem aberta, sem subidas íngremes e, dependendo da época, pode ser preciso passar por algumas áreas enlameadas.

Demarcação da trilha no Complexo da Toca, em Carrancas

Complexo da Ponte

No mesmo dia, seguimos para o Complexo da Ponte (é bem próximo do Complexo da Toca). O Complexo da Ponte tem cachoeiras maiores, onde dá para tomar banho sentado nas pedras. O valor cobrado para entrada era de R$5 por pessoa, mas da mesma forma que o Complexo da Toca, nesse dia não nos cobraram nada.

Cachoeira do Salomão, Complexo da Ponte, Carrancas, Minas Gerais

À noite escolhemos jantar no Massaroca Bistrô, um restaurante muito bom e que várias pessoas já haviam nos indicado. Comida boa, lugar familiar e agradável, e atendimento nota 10! A dona foi tão simpática que nos ajudou a conseguir um guia às 21h da noite para a manhã do dia seguinte.

Minha recomendação: se precisarem de guia para algum passeio (para alguns lugares é obrigatório), procurem e contratem um com antecedência para evitar problemas. Nós demos sorte de conseguir em cima da hora, mas em parte porque era baixa temporada – e dia de semana.

2º dia: Racha da Zilda e Complexo Grão-Mongol

Então, no segundo dia, conseguimos fazer os 2 passeios que estavam na nossa programação e que exigiam o acompanhamento de um guia. O primeiro deles é a Racha da Zilda.

Racha da Zilda

Pelo que nos informaram, o Complexo da Zilda costumava ser uma única atração que abrangia uma área com muitas cachoeiras, poços, e a própria Racha, que é uma espécie de cânion. Depois de um tempo, a Zilda dividiu o terreno em várias partes, e o vendeu para diferentes proprietários. Por isso hoje cada lugar do antigo complexo cobra uma entrada separadamente.

Cachoeira na Racha da Zilda, em Carrancas (MG)

Nós não chegamos a conhecer as outras áreas do Complexo da Zilda, mas acredito que a Racha é o que tem de mais diferente. É obrigatório e necessário o acompanhamento de um guia experiente para esse trajeto, pois tem algumas partes que exigem bastante esforço.

Após uma trilha de 20-30min pelo cerrado, chega-se a uma cachoeira, que fica em frente ao cânion. A trilha continua pela lateral do cânion, onde se chega a um poço pequeno mas de 7m de profundidade. Essa é a parte mais difícil devido à força da água. O guia passa primeiro e lança uma corda para conseguirmos atravessar a corredeira com a ajuda dele. Passando essa parte, só é preciso nadar por alguns metros por dentro do cânion.

Vários morcegos sobrevoavam o local conforme adentrávamos no cânion (eles são inofensivos).

Entrando na ‘Racha da Zilda’ a nado

Chegando no final, o curso da água voltava a ter mais força, e o guia nos ajudava, até chegarmos no ponto em que avistamos a queda d’água. Esse passeio não é recomendável para crianças, pessoas que não saibam nadar ou que tenham alguma dificuldade de locomoção. Tirando isso, recomendo muito, o lugar é inacreditável! Claro que sempre se deve tomar muito cuidado, principalmente ao pisar em pedras molhadas (que podem ser escorregadias), mas é totalmente factível para um adulto normal.

Uma recomendação extra: ajuda muito se você tiver aqueles sapatos-anfíbio ou meias anti-derrapantes. Eu não tinha nenhum dos dois, então entrei na água com as meias normais que estava vestindo, mas já ajudou!

Cachoeira no final do percurso da Racha da Zilda – A foto não faz jus a beleza daquele lugar!

Complexo Grão Mongol

No mesmo dia, ainda com o acompanhamento do guia, seguimos para o Complexo do Grão Mongol (que fica relativamente próximo da Zilda), onde tem a Cachoeira do Grão Mongol e o Poço Azul. Esse complexo tem uma trilha de nível fácil, mas por exigência do proprietário, é preciso o acompanhamento do guia lá também. Os poços tem água de cor esverdeada e bem limpas; é um daqueles lugares que dá vontade de não sair mais.

Águas lindas e cristalinas do Complexo Grão Mongol, em Carrancas

O Complexo da Zilda fica a cerca de 11km do centro de Carrancas. Gastamos R$20/pessoa para o acesso à Racha da Zilda e mais R$15/pessoa para o Complexo Grão-Mongol. A informação que tivemos é que os preços podem variar dependendo da alta ou baixa temporada. O guia nos custou R$35/pessoa para o dia.

3º dia – Complexo Vargem Grande

No terceiro dia fomos conhecer a Cachoeira Esmeralda, que fica a aprox. 8km do centro de Carrancas. Essa cachoeira fica no Complexo Vargem Grande, que é um dos únicos lugares que não cobram nada para visitação. E é um dos mais bonitos. Com um poço largo de água verde-esmeralda, é um lugar que transmite tranquilidade e é ideal para relaxar. O acesso é por uma trilha de uns 15min.

No caminho de volta ao centro de Carrancas, paramos para conhecer a Cachoeira da Fumaça. Apesar de ser um dos cartões-postais da cidade, não é uma das atrações mais bonitas na minha opinião. Ao contrário de todas as outras que visitamos, a cor da água é barrenta e o poço, impróprio para banho.

Cachoeira da Esmeralda, Complexo Vargem Grande, Carrancas, Minas Gerais

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